Em cerimônia descontraída, com a presença da presidente Dilma Rousseff, e repleta dos empresários e políticos influentes do Rio de Janeiro e do Brasil, o ex-presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, passou, simbolicamente, o crachá de presidente da empresa para Marias das Graças Foster, que, a partir desta segunda-feira (13), assumirá o cargo. Também presentes ao palco do auditório onde aconteceu a cerimônia estavam o prefeito Eduardo Paes, o governador do Rio, Sérgio Cabral, e os governadores da Bahia, Jaques Wagner, de Pernambuco, Eduardo Campos, de Minas Gerais, Antonio Anastasia, e do Ceará, Espírito Santo e Rio Grande do Norte, Cid Gomes, Renato Casagrande e Pedro Maranhão, respectivamente. O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, o ministro da Fazenda, Guido Mantega e o presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia.
Em discurso irreverente, Grabrielli, que presidiu a Petrobras por nove anos, agradeceu ao apoio da presidente Dilma, do ex-presidente Lula, de quem é amigo há mais de 30 anos, e ao convite de Jaques Wagner, que o chamou para compor sua equipe no governo da Bahia.
"Saio triste e feliz. Triste por deixar uma empresa fantástica e por perder o contato com colegas de um trabalho diário intenso, mas muito prazeroso. Alegre por ter a certeza da capacidade e competência da Graça e por ter a sensação de dever cumprido. Nesses anos todos, fui apenas o maestro de excelentes músicos", disse ele, sem perder a oportunidade de comentar os excelentes resultados da empresa, que teve a maior capitalização da história.
Para encerrar, Gabrielli citou canções de Paulinho da Viola (Não sou eu quem me carrega, quem me carrega é o mar), Gonzaguinha e Daniela Mercury, finalizando com a frase dita com alegria "Para a Bahia me vou, viva a Petrobras".
Maria das Graças iniciou seu discurso lembrando que entrou na empresa em 1978, como estagiária, e que percorreu uma longa caminhada até chegar aonde chegou, chegando a ser secretária de Petróleo e Gás no Ministério de Minas e Energia. Emotiva, a presidente relacionou seu crescimento profissional com o crescimento de sua família, que estava presente e muito emocionada, e se orgulhou em dizer que é a primeira mulher a comandar uma empresa de petróleo do porte da Petrobras. Em seguida, falou um pouco da política da empresa.
"Temos que conjugar, na base da nossa empresa, competitividade, rentabilidade e responsabilidade social. E teremos investimentos de US$224,7 bilhões até 2020", informou.
A última a discursar foi a presidente Dilma, que se mostrou orgulhosa da Petrobras ter se mantido uma empresa pública, "um dos esforços de maior relevância para este país ter se tornado uma grande nação".
"Por sete anos acompanhei os negócios da Petrobras como presidente do Conselho de Administração e digo que, se a Petrobras é possível, o Brasil é possível. É uma empresa que sempre foi muito grande, mas se agigantou nas últimas duas décadas, sendo que, nos últimos dez anos, teve seu lucro multiplicado por quatro. Seu crescimento coincide com o crescimento do Brasil e com a recuperação da auto-estima do nosso povo", disse.
No final de sua fala, Dilma errou o nome de Graça, chamando-a de Fortes, mas corrigiu-se rapidamente e brincou:
Fonte:Annaclara Velasco