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segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Obama apresenta projeto de orçamento com forte perfil eleitoreiro


Obama apresenta projeto com perfil eleitoreiro

Obama apresenta projeto com perfil eleitoreiro
"Podemos estabelecer uma economia na qual todos tenham uma oportunidade"


O presidente americano, Barack Obama, apresentou nesta segunda-feira o orçamento dos Estados Unidos para 2013 com um forte perfil eleitoreiro, que inclui altas de impostos aos mais ricos e investimentos em infraestruturas, nove meses antes das presidenciais nas quais tentará obter um segundo mandato.
"Temos a opção. Podemos nos contentar com um país no qual algumas pessoas estão muito bem e todas as demais passam por dificuldades, ou podemos estabelecer uma economia na qual todos tenham uma oportunidade, na qual todos cumpram sua parte e todos estejam submetidos às mesmas regras, tanto Washington como Wall Street e a classe média", afirmou o presidente Obama durante um discurso para estudantes em Virgínia (leste).
Nesse mesmo momento, seu governo divulgava o orçamento de cerca de 3,8 trilhões de dólares, que deve começar a ser aplicado no dia 1 de outubro e cujo aspecto mais destacável são as medidas de estímulo à economia.
Obama apresenta projeto de orçamento com forte perfil eleitoreiro
Obama apresenta projeto de orçamento com forte perfil eleitoreiro
Apesar de apresentado no âmbito dos acordos sobre a luta contra o déficit alcançado em 2011 com os legisladores - que inclui uma redução do déficit de 4 trilhões de dólares em dez anos - o orçamento deverá continuar a apresentar um déficit de 901 bilhões de dólares durante o ano de 2013, ou seja, 5,5% do produto interno bruto (PIB).
A equipe de Obama está entusiasmada com a queda da taxa de desemprego de 8,7% para 8,3% em dois meses, em um sinal de melhora após o quadro de recessão de 2007-2009, que destruiu mais de oito milhões de postos de trabalho e contribuiu para elevar o déficit público para níveis inéditos.
O projeto de lei prevê um aumento do PIB de 2,7% em 2012 e de 3,0% em 2013, muito além das estimativas do FMI.
"A recuperação se acelera. E a última coisa que precisamos agora é voltar às mesmas políticas que nos fizeram cair nesses problemas", disse o presidente em alusão a seus adversários republicanos.
Estes últimos são majoritários na Câmara de Representantes e teriam que dar seu aval para o orçamento, mas já manifestaram sua oposição ao mesmo e dizem que ele esta longe de reduzir significativamente a dívida pública, que chega a 100% do PIB.
"Em poucas palavras, a resposta da Casa Branca ao aumento da nossa dívida é o que me importa", ironizou nesta segunda-feira Brendan Buck, porta-voz do presidente republicano da Câmara baixa, John Boehner, em sua conta no Twitter.
O candidato favorito dos republicanos, Mitt Romney, afirmou que este orçamento constitui um insulto aos contribuintes americanos e que o presidente "não oferece nenhuma proposta digna de confiança para resolver a crise" futura dos programas sociais.
Devido à falta de certezas de que essas medidas sejam aprovadas pela Câmara de Representantes, o documento deve nutrir o debate eleitoral.
Com relação às receitas, este orçamento inclui a medida implantada pelo presidente em 24 de Janeiro, a chamada "Regra de Buffett", em alusão ao bilionário americano Warren Buffett, que propôs que as famílias com renda superior a um milhão dólares por ano fiquem sujeitas a um imposto de no mínimo 30%.
O presidente também espera anular incentivos fiscais para os mais ricos, aprovados por seu antecessor, George W. Bush, o que economizaria 360 bilhões de dólares em gastos sociais e a traria a redução de custos em 5% dos gastos militares.
Ao eliminar a ajuda ao segmento de combustíveis fósseis, o plano de orçamento visa a obter outros 41 bilhões de dólares em receitas fiscais adicionais.
O plano prevê ainda a contribuição dos bancos pela responsabilidade que tiveram na crise financeira de 2008 através de uma dedução especial que deve gerar 61 bilhões de dólares em dez anos.
Quanto às despesas, a proposta prevê mais de 350 bilhões de dólares para estimular o emprego e 476 bilhões para infraestrutura.
Fonte:AFP