Chego ao fim deste ano com um registro quase fiel de todas as leituras feitas. Por que cataloguei? Apenas para ter ideia sobre o que me caiu sob os olhos em 2011. Revendo as anotações, recordo de todos os 85 livros que li até ontem, muitos por obrigação profissional, vários por imenso prazer. O número de volumes percorridos me espantou. Tenho trabalho, família e vida social. Só consigo ler tanto assim porque aproveito qualquer intervalo entre atividades para abrir um livro.
Este é o mesmo caso de Nina Sankovitch, que em O ano da leitura mágica (Leya, R$ 34,90) lembra dos 365 livros lidos ao longo de um ano como terapia para suplantar a morte da irmã. O título é uma referência ao best-seller O ano do pensamento mágico (R$ Nova Fronteira, 24,90), de Joan Didion, lançado por aqui em 2005, uma descrição triste da roteirista e escritora sobre a perda do marido e da filha na mesma época. Nina, uma leitora compulsiva, publicou resenhas sobre todo o material que degustou em blog. E jura que enfrentou volumes de quase 500 páginas, um a cada dia. Por compartilhar a devoção de Nina pelos livros, volto às indicações de presentes natalinos, nos últimos momentos pré-festança, já pensando em leituras refrescantes de verão...
Shantaram (Intrínseca, R$ 59,90), de Gregory David Roberts, é inspirado na conturbada vida do autor. No romance, Lin foge de uma prisão de segurança máxima australiana e pretende, na Índia, redescobrir o sentido da vida. A vocação transgressora de Lin, no entanto, o leva a abrir um posto médico gratuito, mas ligar-se ao crime organizado.
Ribamar (Record, R$ 37), de José Castello, ganhou o Prêmio Jabuti de Romance em 2011. Com referências musicais, o livro do crítico literário mostra a relação entre pai e filho, usando referências autobiográficas, musicais e da literatura.
Desgracida (Record, R$ 37,90) é mais uma magistral coletânea de contos do veteraníssimo Dalton Trevisan, que levou o Jabuti da categoria. O livro inclui também cartas do escritor a amigos (célebres ou não). Os microcontos inéditos obedecem a temáticas que permeiam a obra de Trevisan – o erotismo e os pequenos dramas das vidas comuns.
A estrela mais brilhante do céu (Bertrand, R$ 59) tem o humor característico da irlandesa Marian Keyes, mas com uma dose de ternura bem apropriada às festas de fim de ano. Os diversos protagonistas, moradores no mesmo edifício em Dublin, são observados por um espírito que terá papel decisivo no cotidiano de algum deles.
Vinte mil léguas submarinas (Zahar, R$ 59,90), de Jules Verne. O clássico da aventura ressurge em edição belíssima, com mais de 70 ilustrações da época do lançamento do romance sobre a jornada do enigmático Capitão Nemo em busca da solidão no fundo dos oceanos, a bordo do Nautilus, um submarino movido a energia elétrica. Uma obra-prima do talentoso Verne, que jamais deixou Paris, mas que baseou suas criações em projeções proféticas sobre a tecnologia.
Dupla Falta (Intrínseca, R$ 39,90), de Lionel Shriver, aborda fracasso, amor e competição dentro do casamento de dois tenistas. As cobranças sociais suas conseqüências - angústia e frustração - são temas recorrentes da autora, conhecida pelo inquietante Precisamos falar sobre Kevin (Intrínseca, R$ 49,90), que ganhou recente versão cinematográfica.
E estas são as sugestões de presentes natalinos a serem consumidos nos momentos dolentes dos dias do verão que começa. Até a chegada do próximo ano, eu vou me enroscar na rede, embalada por algumas dessas leituras. Boas festas!!!!