O segredo não é correr atrás das borboletas.
É cuidar do jardim para que elas venham até você.
Viva Mais Viva Melhor
A medicina moderna com seus novos medicamentos e demais inventos facilitaram o diagnóstico e o tratamento de doenças tidas como fatais há algumas décadas tanto nas doenças infecto-contagiosas quanto nas crônico-degenerativas acarretando um aumento significativo da expectativa de vida do homem moderno. Basta lembrar que as doenças infecciosas que matavam 46% da população em 1930, hoje só o fazem em 5%. A conseqüência natural disto foi o aumento da vida média do homem que hoje se situa em torno de 66 anos (20 anos a mais do que em 1950). Atualmente, estima-se que a cada 10 indivíduos no mundo, um tenha mais de 60 anos, idade acima da qual o indivíduo é considerado idoso no nosso meio, segundo a Organização Mundial da Saúde.
O envelhecimento populacional é um fenômeno mundial que vem acontecendo construindo nos últimos trinta anos. No Brasil, segundo a projeção estatística da Organização Mundial da Saúde, entre 1950 e 2025 a população de idoso crescerá dezesseis vezes contra cinco da população total. A proporção de idosos passará de 7,5% em 1991 para cerca de 15% em 2025, que é a mesma proporção dos países europeus. Com esse aumento o Brasil estará, em termos absolutos, com a sexta população de idosos do mundo.
O Rio é a capital da Terceira Idade, figurando como a metrópole brasileira com a maior concentração de moradores com mais de 60 anos. Em 2004 segundo o IBGE, eles são 13,8% da população da região metropolitana. Copacabana é o bairro carioca que mais abriga idosos. No mundo, segundo algumas estatísticas, 30% dos habitantes tem idade superior a 60 anos. A Organização Mundial de Saúde escolheu Copacabana como laboratório para um estudo que busca soluções para melhorar a qualidade de vida dos idosos nas grandes cidades. Sabemos das dificuldades das calçadas, dos ambulantes e evidentemente da violência, mas Copacabana tem uma vocação nata para atrair a Terceira Idade.
Embora já tenhamos comentado sobre das modernidades da medicina, os jornais desta semana noticiaram dados que podemos classificar como alarmantes em relação a mortalidade e aos maus hábitos de saúde, assim é que o Ministério da Saúde aponta para o que mais mata o brasileiro são doenças relacionadas ao sedentarismo, tabagismo, má alimentação e alcoolismo.
A partir dessas informações resolvemos escrever a nossa primeira conversa sobre atividade física.
A atividade física já há muito tempo é reconhecida por todos e quando praticada com regularidade pode contribuir muito para evitar as incapacidades e vários tipos de patologias, mesmo naqueles com algum tipo de doença mais séria, os exercícios supervisionados são capazes de promover a reabilitação e ajudar no restabelecimento mais rápido, integrando o indivíduo assim em suas atividades habituais.
Os melhores benefícios do exercício não são relacionados apenas ao aparelho osteomuscular, tais como redução da osteoporose e das quedas, reduzindo assim a possibilidade de fraturas, a redução da obesidade com todas as suas complicações (Aterosclerose, Hipertensão Arterial, Diabetes entre outros), exemplificando de um estudo Inglês abrangente e extenso sobre diabetes que, quando comparado a medicamentos, a mudança dos hábitos de vida (incluindo exercícios e dietas) apresentavam resultados muito superiores ao de uso dos fármacos e assim prevenindo o aparecimento ou as complicações dessa doença.
Em relação ao controle das gorduras (colesterol e triglicerídeos), vários trabalhos também demonstram o mesmo resultado se traduzindo por redução da aterosclerose como já nos referimos e suas complicações tão comuns (Infarto e Derrame), redução das alterações de todo o organismo que ocorrem com o envelhecimento normal mais marcados no aparelho cardiovascular, também vários trabalhos científicos demonstram resultados satisfatórios no aumento da imunidade e da redução de alguns tipos de tumores malignos, um assunto que tem chamado muito a atenção da comunidade científica é a relação dos exercícios e a melhora ou o retardo da depressão e até da temível demência.
Independente do tipo ou atividade física que vai ser realizada a importância da avaliação médica inicial e periódica é imprescindível. O geriatra ou o cardiologista orientam a capacidade e o nível de esforço que pode ser desenvolvido após uma avaliação clínica criteriosa e individual.
Não existe a atividade física ideal, citando as palavras do Dr. José Maria Santarém, “Os idosos constituem o modelo ideal para se estudar a importância na qualidade de vida.” Ou seja, é onde podemos ver e sentir os benefícios mais acentuados dos exercícios atuando como um todo no indivíduo.
A escolha do exercício deve valorizar acima de tudo as preferências pessoais e as possibilidades de exercê-las. Como já nos referimos anteriormente após avaliação médica criteriosa dependendo das doenças, o laser e convívio na sociedade devem integrar um programa que possa ser bem sucedido.
A indicação quanto a periodicidade e o tempo também é individual, mas de maneira geral, indica-se que exercícios mais leves devem ser iniciados 2 a 5 vezes por semana com duração de 20 a 30 minutos. Salientamos que as atividades tanto podem englobar atividades específicas como caminhar, pedalar, nadar, hidroginástica quanto a outras do cotidiano ou laser como jardinagem, aulas de dança ou mesmo afazeres domésticos. O melhor horário deve ser aquele em que o indivíduo sinta-se mais a vontade, respeitando, entretanto, um espaço das alimentações (no mínimo 2 horas após), evitando as horas de maior calor tão comum na nossa cidade. O ideal é sempre utilizar roupas leves e adequadas a estação, calçados confortáveis com meias de algodão apropriadas e finalmente lembrando sempre do alongamento para evitar distensões e um aquecimento mínimo antes de iniciar os exercícios propriamente ditos.
Vamos malhar.
Bom! Essa é a idéia, aguardamos sugestões.
Dário Cezar de Vasconcellos é formado pela Universidade Gama Filho.Especializado em Clínica Médica, Geriatria e Medicina do Idoso.
Chefe do Serviço Geriatria do Hospital do Servidores.Coordenador dos cursos de Geriatria e Gerontologia da Escola Nacional de Saúde Pública.Membro da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia e Clínica Médica. Participou de dezenas de congressos, no Brasil e no exterior.
Hipnoterapia e Terceira Idade
Existe uma crença em torno da terceira idade de que “tudo é adaptado ou modificado para esta etapa de nossas vidas”. Será mesmo?
Em psicoterapia sabe-se que cada momento, cada fase do desenvolvimento humano, possui características próprias e, conseqüentemente requer uma orientação adequada. Independentemente disso, a Hipnoterapia pode ser aplicada em pessoas de todas as idades.
A Hipnose surge nesse processo psicoterápico como uma ferramenta que só vem a acrescentar possibilidades de tratamento ao trabalho do psicoterapeuta. É utilizada para acompanhar casos clínicos de depressão, fobias, transtornos alimentares, transtornos de ansiedade e de comportamento, distúrbios do sono, dentre outros quadros clínicos.
Na Terceira Idade é comum encontrar mudanças no biorritmo, como por exemplo, alterações no processo de sono-vigília, mudanças nos hábitos alimentares, no metabolismo. A vida emocional também sofre mudanças com a saída dos filhos de casa e muitas vezes, com a partida do cônjuge, podendo ocorrer quadros depressivos e/ou de ansiedade. Nesses casos, o acompanhamento de um psicoterapeuta pode auxiliar ao idoso a superar esses momentos.
É importante frisar que o tratamento poderá ser realizado em parceria com outras especialidades (médicos de diversas áreas - principalmente um geriatra, enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas, dentre outros). Sendo que, cada quadro traz suas características e necessidades próprias.
O objetivo é levar qualidade de vida ao idoso, por que afinal, a Terceira Idade pode ser também a Melhor Idade.
Thelma Loures Barbosa - Psicóloga -CRP 05/30501
FONOAUDIOLOGIA
Como está sua voz?
Como saber se há problemas nessa área e se há necessidade
de uma ajuda específica de um profissional da voz e da fala?
O envelhecimento pode afetar a voz, assim como algumas doenças neurológicas que surgem com a idade, a exemplo da doença de Parkinson.
Dificuldades na voz podem afetar a comunicação verbal de algumas pessoas.
Uma providência inicial é saber se a pessoa responde afirmativamente algumas perguntas como as seguintes:
Sua voz mudou muito com o tempo?
Sua voz está mais fraca?
Sua voz está tremida?
As pessoas freqüentemente pedem para você repetir o que falou?
As pessoas têm dificuldade em entender o que você fala?
Você sente falta de ar quando fala?
Você nota que está falando embolado?
Você está falando mais rápido ou mais devagar?
Tem dificuldade de falar ao telefone?
Está engasgando às refeições?
Se um ou mais desses itens já chamou sua atenção para tais aspectos, então, isso se deve ao fato de haver um enfraquecimento ou má coordenação da musculatura da laringe, prejudicando sua voz, a fala e até a alimentação. Neste caso, você deve fazer exercícios para fortalecer a coordenação dos músculos da fala e da deglutição.
Fico algumas vezes surpresa, em minha prática no consultório, quando vejo a dificuldade de alguns pacientes em realizarem movimentos simples, como abrir a boca e colocar a língua para fora ou fazer movimentos labiais de contração como num beijo, ou sorriso, mostrando os dentes, ou dizer forte o som do “ah”. Observo que, em sua grande maioria, não têm os movimentos necessários à articulação da fala e da deglutição, e me pergunto por que teriam chegado a este ponto, sem perceberem uma tão desfavorável situação.
Acredito que seja o desconhecimento das funções do próprio corpo, ou má percepção corporal, o que deixa progredir tais sintomas sem atacar no início o seu desenvolvimento.
O fonoaudiólogo, especialista em comunicação, faz um levantamento das dificuldades específicas de cada paciente, no aspecto das musculaturas oral e facial, articulação, dificuldades de engolir, respiração durante a fala, voz, fala e escrita. Baseado nas dificuldades encontradas faz um programa de treinamento específico a cada paciente.
Sendo assim, gostaria de dizer que se isto acontece a você, uma ajuda profissional, acredito, vai fazer uma grande diferença em sua vida.
Fonoaudióloga Heloisa Miguens Araújo - Registro CRFª 0707
Terceira Idade: Uma nova realidade
Integrantes da parcela de população com mais idade aumentam em número, renda e interesses, tornando-se alvo de empresas, negócios e políticas públicas.
Pesquisas recentes revelam dados interessantes sobre a faixa da população que mais cresce no Brasil e no mundo.
Renda, hábitos, comportamento, consumo foram investigados e destacamos alguns deles:
- A maioria das pessoas acima de 60 anos é mulher, e que a renda desta faixa etária totaliza R$ 60 bilhões ao ano- o dobro da média nacional;
- A renda média mensal desta população é de cerca de R$ 600,00;
- A proporção de pessoas que pertencem às classes A e B é maior do que a média nacional: 38 % dos idosos estão nestas classes , contra 29 % do total nas regiões metropolitanas.
- O número de centenários do planeta deve passar de 180 mil (ano 2000), para 3,2 milhões em 50 anos.(Org. Mundial de Saúde).
A melhoria financeira da terceira idade também foi maior. Enquanto a renda do trabalho caiu 8,5 % , a das aposentadorias e fundos de pensão cresceu 54%.
Dois fatores contribuíram para isto: A Constituição de 88, que trouxe mudanças nas aposentadorias e o Estatuto do Idoso.
Este segmento da população já afeta o crescimento, investimentos, consumo, mercado de trabalho e saúde pública nos países desenvolvidos e progressivamente nos países em desenvolvimento, a ponto da FGV lançar , em breve, um índice de inflação de idosos.
Todo este cenário conduz a uma maior importância política dos idosos, que podem influenciar as eleições.
Segundo as pesquisas, os idosos assistem mais telejornais, lêem mais jornais e votam mais freqüentemente que os jovens.
Mais alguns dados:
- O Brasil tem atualmente, 15 milhões de pessoas na terceira idade (14 % da população), número 3 vezes maior do que há 4 décadas.
- No início do século XX, um brasileiro vivia em média, 33 anos,em 2001: 68,6 anos.
Neste contexto, em 2005, o Brasil será o sexto país mais envelhecido do mundo, com 15 % da população constituída por idosos, ultrapassando 30 milhões de pessoas.
De acordo com a ONU, a taxa de terceira idade mundial deve quadruplicar nos próximos 50 anos, passando dos atuais 600 milhões de pessoas com mais de 60 anos, para 2 bilhões.
No Brasil, este processo de envelhecimento tem sido bem mais rápido do que nos demais países. Enquanto que na Suécia foram necessários 80 anos para que 14% de sua população atingisse a faixa superior a 65 anos, esta marca , na América Latina levou somente 20 anos.
Esta rapidez fez com que as empresas ainda não tenham dado a devida importância a este segmento da população, há uma enorme carência de produtos e serviços voltados para suas necessidades.
Vale lembrar que 68 % das pessoas deste segmento são as que influenciam as compras nos seus lares e que as idosas são as mantenedoras de 25 % dos lares do país, ou sejam, 47 milhões de domicílios!
Cerca de 47 % dos entrevistados cuidam de crianças ou netos, e ainda auxiliam com “ contribuições esporádicas”, não contabilizadas, o que acaba por melhorar o padrão de consumo da família, e liberando os pais para o trabalho, colaboram indiretamente para economia nacional.
Quanto aos gastos, 45% do total são com despesas de lazer e diversão, 24% com alimentação, 10 % com medicamentos, 9% com planos de saúde, 6% com energia elétrica e 6% com telefone.
Estatísticas sobre a Terceira Idade
A Fundação Perseu Abramo, em parceria com o Sesc, entrevistou
2.136 pessoas com mais de 60 anos.
Destes, 18% nunca entraram numa escola. Cerca de 40% deles passaram a maior parte da vida na área rural.
Somente 4 % tem familiaridade com a Internet.
A maioria (30%) ganha de 2 a 5 salários mínimos e 66% tem casa própria. Metade dos idosos é analfabeta.
De acordo com estudo realizado pelo professor da USP João Toniolo Neto, mais de um quarto dos moradores de Copacabana são idosos.
O Rio é a capital brasileira com o maior número de idosos, 13% dos fluminenses têm mais de 60 anos. Grande parte dessa faixa da população está concentrada no tradicional bairro de Copacabana. O bairro carioca superou a Suíça, país europeu considerado o paraíso da terceira idade. Enquanto 26% dos moradores de Copacabana têm mais de 60 anos, o índice da Suíça não ultrapassa os 20%.
- O Rio foi capital do Brasil e muitos funcionários e militares daquela época hoje são aposentados que vivem na cidade - analisa Toniolo Neto.
O 2° Fórum de Longevidade que se realiza em Copacabana, vai discutir a necessidade da criação de agenda governamental para que a sociedade aprenda a conviver com o envelhecimento da população. De acordo com estimativas, os idosos vão saltar da média de 8% da população para 16% em 25 anos.
O reflexo do envelhecimento da população na Previdência também está entre os temas discutidos no fórum. A maior longevidade da mulher também está na pauta. De acordo com a pesquisa da Fundação Perseu Abramo, 42% dos homens com mais de 60 anos nunca fizeram exame de próstata. A falta de cuidado dos homens com a saúde tem reflexo na estatística que envolve as mulheres. As idosas correspondem a 57% da população, contra 43% dos homens. A maioria das mulheres idosas são viúvas e 26% delas nunca fizeram exames ginecológicos.
Segundo o levantamento, mais da metade dos entrevistados pratica algum tipo de exercício físico.
A maioria dos homens com idade avançada é casada. Em contraposição ao ideário de que em meados do século XX as famílias eram maiores, a pesquisa indica que um terço da população com mais de 60 anos não tem filhos.
O impacto das aposentadorias na economia também ficou visível na pesquisa. Dos idosos entrevistados, 71% afirmaram ser chefes de família. A média de rendimentos das pessoas com mais de 60 anos varia de dois a cinco salários mínimos.
Apesar de a média salarial (30%), não ser alta, os idosos aparecem como a maior parcela da população a possuir casa própria: 66%. O catolicismo também predomina entre os mais velhos. A maioria também se auto-declara de raça branca.
Fonte: Jornal do Brasil
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