O teste do olhinho é capaz de detectar doenças oculares em recém-nascidos antes que elas se desenvolvam. Entenda a importância de pedir o exame ainda na maternidade
Da redação
Todo mundo já ouviu falar no teste do pezinho,
que detecta sinais de doenças que podem causar retardo mental em crianças. Mas e
no teste do olhinho, você já ouviu falar? Também conhecido como teste do reflexo
vermelho, ele pode detectar doenças como retinoplastia da prematuridade
(má-formação que atinge bebês prematuros e pode levar a criança à cegueira),
catarata, glaucoma, infecções, traumas decorrentes do parto e até
tumores.
Apesar de sua importância, somente dez Estados,
entre eles Mato Grosso do Sul e Paraná, já regulamentaram o exame. “O teste do
pezinho tornou-se obrigatório por lei em 1990, mas até hoje não há uma lei
federal que regulamente e obrigue os hospitais a fazer o teste do olhinho em
todos os recém-nascidos”, afirma o oftalmopediatra Carlos Alberto Nunes, da
Unimed.
O Ministério da Saúde incluiu o procedimento na
Rede Cegonha, vinculada ao Sistema Único de Saúde (SUS), mas os especialistas
afirmam que isso ainda não é o bastante. “É preciso treinar os médicos. Eles
precisam saber como diferenciar uma retina saudável de uma doente e que a
ausência do reflexo vermelho é sinal de problemas. Não pode ser especialidade só
do oftalmologista”, defende Nunes.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), há
cerca de 40 milhões de cegos no mundo, e outras 136 milhões de pessoas que
sofrem de alguma deficiência visual. A estimativa é de que cerca de 80% desses
casos poderiam ter sido evitados com o teste do olhinho.
O procedimento requer um oftalmoscópio, uma
lanterna especial que produz o reflexo vermelho em olhos saudáveis, porém, o
Ministério da Saúde afirma que uma lanterna comum já é capaz de detectar
opacidade nos olhos. “Com esse exame, é possível recorrer a colírios ou outros
métodos que vão evitar que a criança fique cega na grande maioria dos casos”,
aponta o médico.
Fonte: folhaunivesal.com.br