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quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Saúde - Remédio tem hora



O horário da medicação é muito importante. Especialistas dizem que este detalhe faz toda a diferença no resultado do tratamento

Para o sucesso de um tratamento de saúde, não basta apenas saber qual remédio tomar: é preciso estar atento também ao melhor momento de ingeri-lo.  Pelo menos é isso que defendem os especialistas em cronofarmacologia, ramo da ciência que estuda como doenças e tratamentos são influenciados pelo nosso ritmo biológico.

Ao longo das 24 horas do dia, as atividades do nosso organismo variam, reguladas, principalmente, pela diferença entre o claro e o escuro, isto é, pela passagem do dia e da noite. Assim, em determinados momentos, nosso organismo está mais preparado para responder a certa medicação. “A vantagem de tomar o remédio na hora certa é que você pode potencializar sua ação e diminuir os efeitos colaterais que todo medicamento possui”, pontua Regina Pekelmann Markus, chefe do Laboratório de Cronofarmacologia do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP).

Um dos casos mais clássicos da aplicação dessa ciência é no tratamento das crises de asma. “Deve-se tomar o remédio à noite, quando aumentam as crises, pois os brônquios estão mais fechados com a queda dos níveis de cortisol (hormônio com efeito analgésico) no organismo”, explica a pneumologista Thais Helena Abrahão Thomaz Queluz, professora da Faculdade de Medicina de Botucatu, da Universidade Estadual Paulista (Unesp). Já para quem sofre de problemas cardiovasculares e hipertensão o melhor é tomar o medicamento pela manhã bem cedo ou à noite, antes de dormir. Isso porque é até o meio-dia que ocorrem a maioria dos infartos e derrames.

Remédios para tireoide também devem ser ministrados pela manhã e, segundo Thais, em jejum. “A comida diminui em quase 60% a absorção dos medicamentos”, ensina. Já as vitaminas devem ser ingeridas junto com os alimentos.  No caso do tratamento de diabetes com insulina, a medicação deve ser ministrada no início do dia.

Regina ainda alerta para a importância de finalizar os tratamentos. “O paciente precisa estar ciente de que os efeitos dos remédios não acontecem de hoje para amanhã. O que protege é o tratamento, pois há todo um ritmo biológico envolvido”, ressalta a médica.

Fonte: folhauniversal.com.br