Para o sucesso de um tratamento de saúde, não basta
apenas saber qual remédio tomar: é preciso estar atento também ao melhor momento
de ingeri-lo. Pelo menos é isso que defendem os especialistas em
cronofarmacologia, ramo da ciência que estuda como doenças e tratamentos são
influenciados pelo nosso ritmo biológico.
Ao longo das 24 horas do dia, as atividades do
nosso organismo variam, reguladas, principalmente, pela diferença entre o claro
e o escuro, isto é, pela passagem do dia e da noite. Assim, em determinados
momentos, nosso organismo está mais preparado para responder a certa medicação.
“A vantagem de tomar o remédio na hora certa é que você pode potencializar sua
ação e diminuir os efeitos colaterais que todo medicamento possui”, pontua
Regina Pekelmann Markus, chefe do Laboratório de Cronofarmacologia do Instituto
de Biociências da Universidade de São Paulo (USP).
Um dos casos mais clássicos da aplicação dessa
ciência é no tratamento das crises de asma. “Deve-se tomar o remédio à noite,
quando aumentam as crises, pois os brônquios estão mais fechados com a queda dos
níveis de cortisol (hormônio com efeito analgésico) no organismo”, explica a
pneumologista Thais Helena Abrahão Thomaz Queluz, professora da Faculdade de
Medicina de Botucatu, da Universidade Estadual Paulista (Unesp). Já para quem
sofre de problemas cardiovasculares e hipertensão o melhor é tomar o medicamento
pela manhã bem cedo ou à noite, antes de dormir. Isso porque é até o meio-dia
que ocorrem a maioria dos infartos e derrames.
Remédios para tireoide também devem ser
ministrados pela manhã e, segundo Thais, em jejum. “A comida diminui em quase
60% a absorção dos medicamentos”, ensina. Já as vitaminas devem ser ingeridas
junto com os alimentos. No caso do tratamento de diabetes com insulina, a
medicação deve ser ministrada no início do dia.
Regina ainda alerta para a importância de
finalizar os tratamentos. “O paciente precisa estar ciente de que os efeitos dos
remédios não acontecem de hoje para amanhã. O que protege é o tratamento, pois
há todo um ritmo biológico envolvido”, ressalta a médica.
Fonte: folhauniversal.com.br